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Afinal, o que é a doença da vaca louca?



A expressão “mal da vaca louca” correu o mundo no início da década de 1990, após o Reino Unido confirmar quase 100 mil casos, espalhando o medo de que a carne bovina poderia contaminar seres humanos e provocar doenças degenerativas. Mais uma vez, o assunto tem tomado conta da mídia da área nos últimos dias. Mas você conhece as características desta doença? O Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) reforçou em nota técnica que o Brasil mantém o status de risco insignificante para Encefalopatia Espongiforme Bovina pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE). Mesmo assim, as pessoas se assustam bastante quando ocorre uma doença desse tipo em animais, principalmente porque as exportações são suspensas. É natural pensar que é perigoso consumir carne durante esse período, mas felizmente não é bem assim.


Em primeiro lugar, essa doença não é causada por nenhuma bactéria, vírus ou fungo, mas sim por um príon, que é uma proteína de conformação espacial alterada e com potencial infeccioso. Esses príons se acumulam, deteriorando o cérebro de animais e seres humanos, deixando o órgão com um aspecto de esponja (por isso o nome da doença) e alterando o comportamento do indivíduo infectado.


Existem também outros tipos de Encefalopatias Espongiformes Transmissíveis, mas a EEB, por seu potencial zoonótico, tem grande impacto do ponto de vista da saúde pública. Devido a isso, sua ocorrência interfere diretamente na comercialização de carne com outros países. Apesar de confirmar a ocorrência da doença, o Mapa informou que os casos são de EEB atípica, e que o Brasil mantém seu status de risco insignificante para a doença junto à OIE.


Nos dois casos confirmados recentemente, trata-se da "origem atípica" doença, ou seja, não ocorreu por causa de contaminação, que poderia afetar mais de um bovino por vez, mas por causa de uma mutação em um único animal. Em 20 anos de monitoramento da doença no Brasil, nunca foi identificado a forma mais tradicional, que é quando o animal é contaminado por causa de sua alimentação.


Nos bois, a doença geralmente é fatal, inicialmente prejudicando as funções nervosas – daí o nome “vaca louca”. Quando é constatada a encefalopatia, não resta muito a fazer a não ser abater o animal e incinera-lo. Assim como nos animais, os humanos podem desenvolver o príon infeccioso naturalmente ou adquirir no consumo de carne infectada. Em seres humanos, existem duas variedades da doença: DCJ e vDCJ.Ambas as doenças têm alguns sintomas em comum, como a perda de memória, perda visual, depressão e insônia. Nos humanos, apesar do uso de antivirais e corticoides para o tratamento, na maioria dos casos os contaminados vão a óbito num prazo de até um ano.


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