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Caso Backer: vítimas completam um ano na luta pela saúde e por reparação



Completa um ano o episódio de contaminação de cervejas da Backer por dietilenoglicol na linha de produção da fábrica, no Bairro Olhos D'Água, na Região Oeste de Belo Horizonte, que deixou o Brasil atônito nos primeiros dias de 2020 e deu origem a uma complexa investigação sanitária e policial. As substâncias tóxicas, usadas no processo de refrigeração, vazaram para o interior de tanques de cerveja e, segundo o inquérito, sua utilização não era recomendado pelos fabricantes dos equipamentos.


Neste começo de 2021, o desejo é também de recuperação da saúde de quem sobreviveu à “doença misteriosa do Buritis”, que começou a assombrar a capital mineira depois da circulação de mensagens em redes sociais dando conta do adoecimento de moradores ou pessoas ligadas ao bairro, com sintomas neurológicos e nefrológicos similares, mais tarde identificados como uma síndrome nefroneural provocada pela substância tóxica encontrada em diversos rótulos da Backer. Pelo menos 10 pessoas morreram e outras 16 foram hospitalizadas. Sobreviventes carregam as sequelas da intoxicação.


Em agosto, a Backer iniciou o processo de reparação de danos às vítimas contratando uma firma especializada na resolução de conflitos. Familiares das vítimas afirmam que o diálogo com a empresa é todo feito por meio dos advogados. Há um acordo para o pagamento das custas emergenciais que inclui cláusula de sigilo imposta pelos advogados da Backer, impedindo que os envolvidos tornem públicos os termos da negociação.


Em 16 de outubro, a Justiça de Minas Gerais acatou a denúncia contra sócios e funcionários da Cervejaria Três Lobos, empresa dona da marca de cervejas Backer. Onze pessoas passaram à condição de réus. De acordo com os autos, “o uso indevido dos produtos tóxicos aliado à precária condição de manutenção da linha de produção das bebidas alcoólicas causaram um dano irreparável à saúde pública”. Após fiscalização pelo Ministério da Agricultura, foi constatada a contaminação de ao menos 36 lotes de cerveja com a substância tóxica dietilenoglicol. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento indica que a empresa apresentava falha na produção dos produtos desde janeiro de 2019.


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