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China e Rússia fazem queixas contra carne e soja do Brasil



As embaixadas do Brasil na China e na Rússia reportaram, em telegramas ao Itamaraty, problemas em alimentos brasileiros exportados. Segundo diplomatas, autoridades nos dois países cobram soluções e há até queixa por “falta de controle” em relação aos produtos brasileiros.


Moscou, por exemplo, alertou para o índice de agrotóxico acima do limite permitido. Só em 2020, a reclamação envolveu mais de 300 mil toneladas de soja. A missão em Pequim, por outro lado, relatou ao menos seis registros de presença do novo coronavírus em embalagens de carne e de pescado. Nos telegramas, as duas embaixadas disseram que os órgãos de fiscalização da Rússia e da China pediram providência ao Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento).


Segundo dados do Comex Stat, um sistema do governo para consultas e extração de dados do comércio exterior brasileiro, a soja correspondeu a 25% da exportação brasileira para a Rússia em 2020. Em um dos telegramas de janeiro, a embaixada do Brasil em Moscou cita que o Serviço Federal de Vigilância Veterinária e Fitossanitária da Rússia está preocupado com casos repetidos de detecção de glifosato acima do tolerado.


O documento pontuou que o país está endurecendo o controle sobre a presença da substância em produtos de grãos tanto no mercado interno quanto nas operações de exportação e importação. A justificativa usada pelo país seria por causa do alto grau de toxicidade do glifosato para humanos e animais, confirmado por estudos da OMS (Organização Mundial de Saúde). No Brasil, esse tipo de agrotóxico é permitido pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).


O telegrama assinado pelo embaixador na Rússia, Tovar da Silva Nunes, citou que a agência reguladora russa tem informado repetidamente ao Mapa sobre o fornecimento ao país de soja com níveis acima do permitido desde 2019. Nunes acrescentou ainda que o desrespeito aos limites do agrotóxico corresponde a uma violação aos requisitos do regulamento técnico da União Aduaneira sobre a segurança dos grãos.


Já os telegramas da embaixada em Pequim citaram a detecção do coronavírus em produtos exportados ao país asiático no ano passado. Em uma das correspondências, de novembro, o embaixador Paulo Estivallet de Mesquita relatou que a aduana da China suspendeu um estabelecimento brasileiro exportador de pescado.


A medida foi tomada em razão da não apresentação de medidas corretivas após os produtos apresentarem resultado positivo para o vírus causador da Covid-19. Na comunicação, a aduana chinesa afirma esperar que o Mapa atribua importância à identificação do novo coronavírus em produtos exportados pelo Brasil para a China e às não conformidades encontradas na auditoria por videoconferência.


O Mapa afirmou, por meio de nota, que rotineiramente são tratados temas similares na relação comercial entre países. Segundo o Ministério, os dois pontos citados já foram analisados e continuamente são monitorados entre o Brasil e os governos da China e Rússia. O fluxo comercial desses países com o Brasil permanece fluído, sem interrupção.


A ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal) disse, em nota, que desenvolveu protocolo com o Hospital Israelita Albert Einstein, que rege os cuidados adotados pelas empresas do setor, assim como a legislação brasileira. A entidade disse ainda que organizações técnico-científicas relacionadas à saúde humana e à produção de alimentos realizaram pesquisas que constataram que o risco de transmissão de Covid-19 por embalagens é praticamente nulo.


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