Custo de produção das proteínas animais continua em alta no 2º trimestre
O aumento dos custos de produção na avicultura, suinocultura, pecuária de corte, pecuária de leite e aquicultura, com elevação dos preços do milho (+21,9%) e do farelo de soja (+45,7%) em 12 meses, e dos microingredientes, como vitaminas e aminoácidos – estes importados, especialmente da China –, continuará impactando os criadores pelo menos até o início do terceiro trimestre.
A China é nosso principal fornecedor de matérias-primas para alimentação animal e ainda enfrenta problemas de produção, com capacidade reduzida devido às restrições impostas pela questão ambiental e, também, aos surtos de coronavírus da variante ômicron, dada a tolerância zero à covid no país. Esse cenário traz incertezas sobre a disponibilidade de insumos, o que posterga a regulação dos estoques globais, assim como as questões logísticas. Atualmente, o grande fator impactante é o embate entre Rússia e Ucrânia, que desestabiliza a cadeia de suprimentos de importantes matérias-primas, como petróleo, gás natural, milho, soja e trigo, refletindo-se diretamente na inflação global.
Pessimismo no curto prazo e encerramento de atividades
A carência de alguns microingredientes no mercado brasileiro nos primeiros três meses de 2022 tende a ser equacionada neste segundo trimestre, já que algumas importações já estão a caminho. O que preocupa é que, desde o final de 2021, o produtor brasileiro não consegue retorno econômico devido ao incremento dos preços dolarizados. O custo da alimentação aumentou com consistência e o cenário incerto mantém o pessimismo no curto prazo.
Além da elevação do custo de produção, já se verifica redução do alojamento de animais e há casos de encerramento de atividades de suinocultores independentes e granjeiros de postura. No caso da suinocultura, os produtores chegam a ter prejuízo de R$ 250 por animal abatido. O momento é excelente para implementar e estudar soluções inovadoras para otimizar os processos internos, melhorias de formulações das dietas e aplicações de tecnologias que aumentem a produtividade e/ou reduzam os custos de produção.
Para a segunda metade do ano espera-se aumento da disponibilidade de ingredientes e redução dos custos dos ingredientes importados. Diante desse cenário, os produtores devem manter a calma e tentar aproveitar esse momento raro da queda do dólar e administrar bem os estoques para os próximos passos.
Fonte: CarneTec
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