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Guerra na Ucrânia vai para o bolso do consumidor – e dos produtores



O que o mundo temia, começou. Seja pela retaliação militar do Ocidente e Estados Unidos contra a Rússia – pouco provável enquanto a invasão da Ucrânia ficar dentro das fronteiras -, seja por sanções severas contra a economia de Vladimir Putin, pouco se tem de definição mais à frente. Por ora, é hora de proteção contra os riscos.


O dólar vinha enfraquecendo com a entrada de recursos estrangeiros em renda fixa no Brasil, mas a tendência é de voltar a subir. Qual o teto não se sabe, mas os produtores pagarão mais caro pelos insumos importados e, internamente, as empresas tendem a remarcar os preços à medida que a crise avança. Nos dois casos, acirra os ânimos inflacionários.


É o caso também das commodities. O petróleo incendeia diretamente o custo de vida. Mesmo que a Petrobras represe os preços da gasolina, não tem como evitar reajustes, mesmo menores, diante do óleo cru disparando acima de US$ 100, US$ 110 o barril, dada a influência no abastecimento mundial


O trigo escala diretamente e aumenta o custo da importação brasileira compulsória em cerca de 7 milhões de toneladas, porque a Ucrânia é uma grande produtora. Vai para o pão o repasse, naturalmente, além de todos os outros derivados do cereal. O produtor de soja vai ganhar, pela tendência de o grão seguir o mercado – a menos que a crise aumente e os fundos deixem os ativos de risco – mas, igualmente, vai refletir nos valores dos derivados internos, como o óleo e o farelo.


Neste último, o frango e os suínos sentirão o gosto amargo da guerra, e chegarão mais salgados aos consumidores porque os produtores pagarão mais pela ração. É o caso também do milho. Como a soja, ele já tinha viés de alta, pela menor oferta brasileira e argentina, mas sente diretamente o peso do petróleo (por causa da produção de etanol nos Estados Unidos). O produtor vai ter mais valor, como os produtores de produtos saídos do milho.


No caso da sucroenergia, há duas variáveis. O açúcar tende a subir junto com o petróleo, porque o mercado vê mais cana indo para o etanol. Mas o impacto na inflação é muito baixo. Agora, o etanol sim. A gasolina, perdendo competitividade, mesmo que a produção de etanol aumente, seus valores serão mais elevados para o produtor. Como sempre, lei de oferta e demanda.


Fonte: Agronews

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