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Investimento em carne de laboratório cresce 40% no semestre



A carne cultivada é a conhecida carne de laboratório ou também chamada de carne artificial. Produzida por meio da bioengenharia, a inovação é uma forte tendência da indústria de alimentos por se mostrar uma alternativa aos produtos de origem animal, que ocasiona o trato de seres vivos como produto e degradação do meio ambiente.


Este tipo de proteína vem ganhando espaço também no Brasil, mesmo que de forma mais lenta, através de grandes redes de supermercado e mercados on-line. Os investimentos globais em proteína bovina a base de células saltam de US$ 366 milhões em 2020 para US$ 506 milhões nos seis primeiros meses de 2021, que já é chamado de “o ano da carne cultivada”, segundo dados da Fairr Initiative, uma associação internacional de grandes investidores que atua junto a gigantes do varejo e da indústria alimentícia.


O estudo mostra que grandes redes francesas como Casino, Carrefour e Mondelez investem na diversificação de proteínas na França, mas ainda não está claro como respondem à demanda dos consumidores brasileiros por dietas de maior teor vegetal com vistas a benefícios ambientais e à saúde. A ideia é que expandam seus portfólios de produtos de base vegetal em um futuro próximo.


Pesquisa recente com consumidores no Reino Unido, Estados Unidos, Alemanha, Índia e Brasil mostrou que quase 80% dos entrevistados estão dispostos a experimentar queijo lácteo sem origem animal feito de fermentação de precisão. Os números apontam para a possibilidade de forte absorção futura de queijos alternativos inovadores trazidos para o mercado.


A BRF, que possui alguns produtos protéicos alternativos em seu portfólio como hambúrgueres vegetais, diz que o segmento de substitutos de carnes é uma de suas principais vias de crescimento e que esta será uma das maiores transformações no setor de alimentos desta geração. Além disso, anunciou parceria para lançar carne bovina à base de células, no Brasil, em associação com a Aleph Farms, startup israelense que desenvolve proteínas de laboratório a partir de células animais. A ideia é co-desenvolver e produzir carne cultivada usando as "plataformas de produção patenteadas" da Aleph, distribuindo produtos de carne bovina cultivada com a parceira no Brasil.


Outros pontos mostrados pelo levantamento são de que 7 de 25 (28%) varejistas e fabricantes globais de alimentos agora têm metas para expandir seu portfólio de proteínas alternativas, contra nenhuma em 2018. Cerca de 48% das empresas agora rastreiam e divulgam publicamente suas emissões da pecuária, contra apenas 21% em 2019; 68% das empresas têm metas para reduzir as emissões agrícolas em suas cadeias de abastecimento.


No entanto, é tamanha a demanda por proteínas alternativas - que tendem a oferecer mais sustentabilidade para atender à demanda global de proteínas do que a produção de carne atual - que os investidores alertam que muitas empresas ainda estão atrás da curva, deixando de se proteger dos riscos climáticos onerosos da carne e produção de leite, danos à reputação e regulamentação iminente sobre a transição de proteínas. A pesquisa do Fairr também indica que 2021 é “o ano da carne cultivada.” Até agora, a conversa sobre a transformação de proteínas tem se concentrado nas opções de proteínas baseadas em plantas, mas o aumento da carne cultivada parece destinada a perturbar o mercado nos próximos anos.


Fonte: Agrolink

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