Peste Suína Africana chega às Américas e pode afetar criação de porcos no Brasil
A Peste Suína Africana (PSA), que afetou a China e países da Europa, chegou às Américas. Na última semana, a doença capaz de matar toda a criação de porcos em 15 dias foi confirmada na República Dominicana, no meio do caminho entre Estados Unidos e Brasil, respectivamente terceiro e quarto maiores produtores e exportadores de carne suína do mundo. Os casos colocaram todas as autoridades sanitárias em alerta.
Na América Central, o governo dominicano anunciou o abate de "dezenas de milhares de porcos", depois que 389 amostras enviadas a um laboratório nos Estados Unidos deram positivo para a doença. O alerta foi dado após a ocorrência de mortes generalizadas de porcos em três fazendas, em diferentes regiões (todos com quadro de hemorragia interna).
Com a confirmação dos casos de Peste Suína Africana no continente, o Ministério da Agricultura, Pecuária e abastecimento (Mapa) reforçou a vigilância em portos, aeroportos e fronteiras secas, sobretudo nas divisas com a Venezuela. O Brasil não registra a doença desde 1981.
Segundo a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), a República Dominicana não vende carne para o Brasil, mas ainda assim, o risco de contaminação para qualquer país do continente existe. "Não existe risco zero no caso de uma doença como essa", declarou o presidente da ABPA. "Precisamos nos prevenir de todas as formas." A ABPA convocou, em caráter emergencial, o Grupo Especial de Prevenção à Peste Suína Africana (Gepesa), formado por especialistas das indústrias associadas, para estabelecer ações de suporte ao trabalho de defesa agropecuária.
Segundo o Mapa, entre as medidas estão a proibição do ingresso, no Brasil, de produtos que representem risco de pragas e doenças, como amostras genéticas, animais vivos, alimentos ou resíduos, e o monitoramento de pessoas que tiveram contato com animais doentes ou que tenham estado na República Dominicana, ainda que nas áreas turísticas. A maior preocupação das autoridades sanitárias, agora, são os turistas que visitam a República Dominicana e voltam ao Brasil trazendo alimentos, mesmo aqueles que não tiveram contato com os animais contaminados ou áreas rurais.
A contaminação no Brasil representaria um prejuízo enorme, pois só no primeiro semestre deste ano, o setor já faturou US$ 1,3 bilhão com as carnes suínas. O Brasil é o quarto maior produtor e exportador mundial de carne suína. Em 2020, produziu 4,44 milhões de toneladas, cerca de 4,54% da produção mundial, e exportou 1,02 milhão de toneladas, 23% da produção nacional, para 97 países.
Ainda que a doença não seja transmissível aos humanos, os resíduos alimentares como presunto, salame, carnes em geral, contaminados e descartados de forma incorreta podem espalhar a doença. Descartados de forma irregular, os resíduos podem ser consumidos por animais e infectá-los.
Fonte: Yahoo
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