Resistência aos antimicrobianos é coisa séria!

Na Semana Mundial de Conscientização sobre o Uso de Antimicrobianos, a Anvisa alerta para a necessidade de aumentar a conscientização a respeito dos riscos da resistência aos antimicrobianos e se une a várias organizações e entidades a fim de incentivar as melhores práticas. Com o tema “Eduque. Colabore. Faça agora.”, a campanha de 2024, promovida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como ocorre todos os anos, tem como objetivo disseminar informações e convocar a comunidade global a assumir compromissos e realizar ações concretas e imediatas.

A resistência aos antimicrobianos (AMR, do inglês antimicrobial resistance) tem impactos significativos na saúde humana e animal, na produção de alimentos e no meio ambiente. Os patógenos ou agentes patogênicos (que podem causar doenças) resistentes aos antimicrobianos representam uma ameaça para todos, em todos os lugares. A AMR ocorre quando bactérias, vírus, fungos e parasitas não respondem mais aos medicamentos antimicrobianos. Como resultado dessa resistência, os antibióticos e outros agentes antimicrobianos se tornam ineficazes e as infecções se tornam difíceis ou impossíveis de tratar, aumentando os custos com a assistência à saúde e o risco de disseminação de doenças graves e mortes.

A rápida disseminação global de superbactérias, que causam infecções que não são tratáveis com os medicamentos antimicrobianos existentes, é alarmante. Daí a importância de ações individuais e coletivas no combate à resistência microbiana aos antimicrobianos.

E como você pode contribuir?

Em primeiro lugar, é preciso esclarecer que esta é uma classe de fármacos ampla, que inclui antibióticos, antivirais, antifúngicos e antiparasitários usados para prevenir infecções em humanos, animais e plantas. A resistência microbiana aos antimicrobianos é a capacidade de microrganismos resistirem aos efeitos dos antimicrobianos. A resistência pode ocorrer naturalmente, mas o uso indevido e excessivo de antimicrobianos está acelerando bastante esse processo. Com isso, os microrganismos acabam desenvolvendo formas de driblar os efeitos desses medicamentos e escapar da ação dos fármacos, tornando os tratamentos ineficazes.

Uma das ações que todos devem adotar é não tomar antimicrobianos por conta própria, ou seja, não praticar a automedicação. Para que esses medicamentos atinjam o efeito desejado, eles exigem administração adequada e indicação correta. Questões como dosagem e tempo de tratamento, por exemplo, devem ser seguidas à risca para eliminar o microrganismo que está causando a doença.

Medicamentos antimicrobianos devem ser recomendados e receitados por um profissional de saúde. Siga corretamente as orientações recebidas em serviços de saúde e nunca compartilhe sobras de medicamentos antimicrobianos. O combate à resistência microbiana aos antimicrobianos evita a necessidade de cuidados mais intensivos e de internações mais longas nos hospitais, e impede até mesmo mortes. Agora que você está por dentro do assunto, converse com familiares e amigos a respeito e compartilhe as postagens da Anvisa na sua rede social.

Participação da Agência

Todos os anos, a Anvisa apoia a iniciativa global e integra esforços de mobilização e divulgação de informações e materiais educativos na semana de 18 a 24 de novembro. Vale destacar também as ações da Agência para a prevenção e o controle da resistência aos antimicrobianos nos serviços de saúde do Brasil, como o Projeto Stewardship, desenvolvido em parceria com a Associação Brasileira de Profissionais em Controle de Infecção e Epidemiologia Hospitalar (ABIH).

Também integra as atividades da Semana Mundial de Conscientização sobre o Uso de Antimicrobianos a disponibilização, pela Anvisa, da Avaliação Nacional do Gerenciamento de Antimicrobianos em Hospitais e da Avaliação Nacional do Gerenciamento de Antimicrobianos na Atenção Primária à Saúde. Essas avaliações são fundamentais para nortear o desenvolvimento de ações nacionais e locais e promover a melhoria do uso desses medicamentos. Os formulários eletrônicos podem ser preenchidos até 31 de dezembro deste ano.

Fonte: Gov.br