Serviços veterinários em um mundo em transformação: mudanças climáticas e outros fatores externos

A Revista Científica e Técnica da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) publicou, em sua última edição, uma série de matérias em que aborda os desafios a serem enfrentados pela medicina e serviços veterinários frente, sobretudo, às mudanças climáticas e a outros fatores externos que vêm sendo registrados no Planeta.

A propósito, a OIE ressalta que a produção animal, uma atividade diversificada, apresenta números que impressionam: globalmente, emprega mais de 1,5 bilhão de pessoas, ocupa mais de 40% das terras não cobertas por gelo e fornece 40% das proteína consumidas no mundo. A demanda por alimentos de origem animal está aumentando constantemente em todo o mundo, em função sobretudo do aumento de consumo em países de baixa e média renda – movimento tendente à continuidade.

Tudo isso, no entanto, tem um “mas”: a produção animal contribui significativamente para as mudanças climáticas e o surgimento de zoonoses, ao mesmo tempo em que o bem-estar dos trabalhadores do setor e dos animais vem sendo cada vez mais questionado. Sob esse aspecto, acontecimentos recentes chamaram uma atenção sem precedentes para a ameaça representada por zoonoses infecciosas emergentes, mas também geraram um compromisso renovado com a abordagem da “Saúde Única”, vista como essencial para o manejo e, mais importante, para a prevenção de tais ameaças.

Frente a esse quadro, a OIE observa que os Serviços Veterinários são afetados por zoonoses emergentes e, provavelmente, têm um efeito significativo sobre elas. Eles apoiam a pecuária, são um bem público global e dão uma contribuição essencial para os quatro pilares do desenvolvimento sustentável. É por isso que seu desempenho e resiliência a fatores externos devem ser garantidos.

A publicação reúne uma série de análises sobre os desafios a serem enfrentados, por exemplo, na produção, no arraçoamento, no manejo, no bem-estar animal, na defesa sanitária e no comércio mundial dos produtos de origem animal. Mostra, inclusive, como se comportaram, nos últimos cinco anos, os principais exportadores mundiais de carnes no quinquênio 2015-2019. Líder do setor, o Brasil, nesse período, exportou cerca de 20 milhões de toneladas de carne de frango.

Fonte: Avisite