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#Séries Pratic 14: Os ovos que conquistaram o Walmart



A investida da indústria de ovos é o primeiro grande teste para saber se os produtos de origem animal de fazendas regenerativas podem se tornar a próxima oferta premium. Em pouco mais de uma década, os ovos orgânicos foram de produto ignorado por ser visto como mercadoria de nicho nas lojas de alimentos naturais para algo vendido no Walmart.


Mais recentemente, surgiram dúvidas semelhantes sobre probióticos e carnes à base de plantas, mas ambos explodiram e se tornaram categorias de destaque nos supermercados. Se o lançamento dos ovos sustentáveis for bem-sucedido, poderá abrir as comportas para a carne regenerativa, o brócolis regenerativo e outros tantos.


Produtos regenerativos podem ser difíceis de vender porque é difícil definir o conceito em poucas palavras. O cultivo de tais produtos também faz pouca diferença, se é que existe alguma, nos alimentos (ainda que alguns produtores de ovos sustentáveis afirmem que seus ovos têm mais proteína).


Os defensores da proposta dizem que a agricultura regenerativa aumenta o volume de matéria orgânica no solo, o que é nutritivo para as plantas e mantém o dióxido de carbono preso. Com um solo mais saudável, lavouras podem crescer usando menos energia e sem fertilizantes químicos. Como não há definições regulatórias, as reivindicações e os objetivos podem variar. Mas vários grupos de certificação de terceiros têm surgido.

"Galinhas prestativas"

Os resíduos das aves fertilizam as plantas, criando um ciclo alimentar que os defensores dizem que fortalece as terras agrícolas e auxilia nas emissões. Mas é difícil entender esse pedigree simplesmente olhando para um ovo. Por isso o marketing será tão crucial. Uma grande produtora que irá lançar seus ovos regenerativos em todos os supermercados dos EUA em setembro conta em sua embalagem uma história de criação de um “futuro sustentável”, com suas “galinhas prestativas” com a “missão de restaurar o solo”. E a empresa não tem vergonha alguma de descrever assim sua grandiosa missão: “Em sua essência”, diz o site da empresa Egg Inovation, “a agricultura regenerativa busca combater as mudanças climáticas e melhorar o ecossistema do planeta”.


Considere os ovos Pastures, um produto novo da Pete & Gerry’s Organics, vendidos por US$ 6,99 a dúzia (um dólar a mais do que os outros ovos especiais da marca). Eles são embalados em um contêiner quase azul Tiffany com letras douradas para armazenar uma dúzia de “belezas sardentas” com “gemas de âmbar de cor intensa”, segundo a descrição no site da empresa.


As embalagens, agora vendidas nos supermercados Whole Foods, abrem a partir do centro, inspiradas no design das embalagens de ovos do início do século 20. “Nós só queríamos fazer algo que fosse único, mas único de verdade”, diz o fundador e diretor da Pete & Gerry’s. “Algo que se destacasse na categoria ovos.”


A indústria está apostando que os mesmos consumidores que pagam mais por atributos premium – como ovos de galinhas criadas ao ar livre, não geneticamente modificados e caipiras – vão abraçar a sustentabilidade. Pesquisas mostram que as gerações mais jovens estão mais preocupadas com as mudanças climáticas, e parte do sucesso da carne à base de plantas pode ser atribuído aos consumidores que desejam sinalizar seu desejo de proteger o meio ambiente.


Os produtores continuam a buscar maneiras de criar mais ovos premium, porque são eles que estão provocando o crescimento da indústria dos Estados Unidos. O volume de vendas dos ovos sem-gaiola saltou 12% no ano encerrado em 10 de abril, enquanto os ovos orgânicos subiram mais de 7%, segundo dados da NielsenIQ. Enquanto isso, as vendas dos ovos convencionais caíram cerca de 3%.


Fonte: Exame

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