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Séries Pratic #17: Como é a produção da própolis verde?



A maior parte da produção da própolis verde vem de agricultores familiares. Inclusive existem apicultores que têm o mel como subproduto e a própolis é a meta principal. Mais comum no Norte de Minas, o manejo para produção de própolis é diferente, e não é simples. É preciso escolher a rainha geneticamente.


O produto é uma resina natural que a abelha usa para proteger as colmeias. Sua composição varia de acordo com a área geográfica e os diferentes tipos de plantas das quais é recolhida. A verde é obtida nos locais onde a presença do alecrim-do-campo (Baccharis dracunculifolia), mais conhecida como vassourinha, é abundante. A planta era considerada, até então, uma erva daninha.


Uma colmeia pode abrigar até 80 mil abelhas que coletam néctar e pólen. Algumas operárias são responsáveis pela extração de resinas medicinais produzidas pela planta. Fabricam o própolis em massa, matando fungos e bactérias da colméia. Quando capturam inseto invasor, cobrem o cadáver com própolis para mumificá-lo e evitar apodrecimento e contaminação ambiental.


De acordo com a Federação Mineira de Apicultura (Femap), a atividade apícola está presente em 580 municípios mineiros. Gera em torno de 45 mil empregos diretos e indiretos no estado. A própolis verde é exclusiva do Brasil, e é produzida pelas abelhas africanizadas brasileiras (não nativas). Até o ano de 1985, a própolis não tinha valor comercial e era considerada problema para a apicultura. Os apicultores faziam a limpeza das colmeias e descartavam a resina, por dificultar o manejo. Através das descobertas científicas, a partir de 1986 o valor da própolis verde de Minas Gerais passou a ser percebido pelo mercado, que se abriu para compras e vendas.


Na década de 90, produzia-se em média 200 gramas de própolis ao ano por colmeia. Hoje, produz-em 1kg/ano em média, podendo chegar a até 1,5kg. De acordo com a Federação Mineira de Apicultura (Femap), graças ao empenho de vários pesquisadores do Brasil e de vários especialistas, a própolis verde de Minas Gerais e a própolis vermelha, dos mangues do litoral do Nordeste do Brasil, estão recebendo notoriedade internacional. A apicultura é um setor onde as cadeias produtivas primária, secundária e terciária ainda não estão bem definidas. O volume de comercialização sem notas fiscais ainda é grande. A própolis não tem Nomenclatura Comum Mercosul (NCM) definida – nome dado para um código utilizado na designação de mercadorias que circulam nos países que fazem parte do Mercosul. Devido a essa condição, não há dados estatísticos precisos sobre o volume produzido e comercializado.


Apicultores apontam que houve um aumento de cerca de 200% na procura dos produtos da apicultura durante a pandemia. A substância deve ser ingerida uma vez por dia, conforme o peso da pessoa – uma gota por quilo. Para quem acha o sabor muito forte, pode dividir a dose em duas vezes por dia, ou mesmo tomar com sucos. O interesse mercadológico do setor de apicultura em se inserir nas discussões da ISO sobre normas para avaliar a qualidade da própolis impulsionou a Associação Nacional de Normas Técnicas (ABNT) a reativar a Comissão de Estudo Especial da Cadeia Apícola em 2020. Hoje, a comissão representa os interesses brasileiros nas discussões de normas internacionais ISO e, pela primeira vez, o país tem papel de destaque em âmbito internacional, atuando como mediador das discussões de grupo técnico coordenado pela China.


Segundo especialistas, os projetos de normas técnicas em andamento podem ajudar o órgão oficial de regulamentação e fiscalização de produtos das abelhas a reduzir a defasagem em termos de indicação de métodos analíticos e parâmetros. Com este trabalho paralelo e autônomo na ABNT, é possível caminhar de forma mais ágil e disponibilizar esta norma técnica, após publicada, como uma base referencial para os RTQ da própolis.


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