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Séries Pratic #20: O desempenho das fazendas leiteiras



No artigo anterior, falamos sobre os três pilares de eficiência de uma fazenda leiteira, entre eles os custos de produção. Os fatores que impactam esses números sofrem muita interferência regional, pelas características específicas da cadeia produtiva na região, e por isso podem distorcer os indicadores. Por exemplo, o custo da ração de dois produtores pode ser o mesmo e um deles comprometer 30% da sua renda com este custo e o outro 35%. Para isso, basta que o preço recebido pelo leite por eles seja diferente. Podemos erroneamente afirmar que a propriedade que compromete 35% da sua renda com ração é menos eficiente para comprar insumos, porém na verdade a sua bacia leiteira é a que tem menor preço pago ao produtor.


Durante a pandemia, esse quadro ficou ainda mais evidente e complexo, pois os preços do leite subiram muito e os insumos também. As relações entre custos e receitas mudaram e podem estar criando falsas ineficiências nas propriedades. Nesses casos em que a eficiência técnica se manteve e os indicadores econômicos fugiram dos valores referência, deve-se ter cautela e lembrar que a atividade leiteira deve ser analisada no longo prazo, e avaliações de curtos períodos com alta instabilidade no mercado podem não ser conclusivas. O foco é manter a produção e os bons resultados técnicos para voltar a colher melhores frutos quando o mercado se estabilizar.


Independentemente do cenário de preço e custos não podemos nos esquecer da produtividade dos animais e da produção total de leite. Há muitos anos, no Brasil, várias análises estatísticas mostram que o volume de leite produzido por dia nas fazendas é o principal fator de influência para o sucesso econômico da atividade leiteira, sendo que quanto maior o volume diário, maiores as chances de a atividade ser viável e atrativa economicamente.


Se o produtor estiver com o caixa apertado, com os custos acima dos índices ideais, a primeira coisa a se fazer é reduzir despesas em setores que não comprometem a produtividade das vacas, pois a redução da média pode agravar muito a situação. O que o produtor pode fazer é buscar maneiras de tornar todo o sistema mais eficiente.


Uma estrutura que permita uso de menos mão de obra para realizar o manejo, facilitando a limpeza dos cochos, bebedouros e currais, reduz custos. Produzir volumoso em quantidade suficiente e com qualidade, investindo em controle de pragas e nutrição das plantas durante a safra, reduz a dependência da ração para suprir boa parte dos nutrientes utilizados pelos animais, baixando custos com concentrado. Reter na propriedade somente a quantidade necessária de bezerras e novilhas para repor o plantel, logicamente em propriedades com rebanhos estabilizados, reduz custos com alimentação e necessidade de estrutura para animais ainda improdutivos. Essas possíveis ações são exemplos de como cortar custos sem reduzir a produtividade das vacas, que são de fato “quem” paga as contas.


Outro ponto muito importante e com grande impacto na redução de custos é a possibilidade de se usar ingredientes variados na nutrição dos animais, focando nos nutrientes exigidos pela categoria que está sendo alimentada e não no alimento em si. Talvez, hoje este seja o maior paradigma existente na pecuária de leite brasileira. Muitos produtores têm grande resistência em utilizar sorgo, casca de soja, farelo de algodão, uréia e outros ingredientes, com o discurso de que não são ingredientes nobres. Na verdade, os animais possuem exigência por energia, aminoácidos, minerais e vitaminas, não interessando a fonte de onde eles vêm.


Para produtores com maior estrutura de armazenamento de insumos, sem dúvidas, vale a pena comprar estrategicamente ingredientes como polpa cítrica, uréia, caroço de algodão, DDGS, casca de soja e farelo de algodão, pois eles atendem bem a demanda nutricional e possibilitam garantir saúde e produtividade aos animais a custos menores. E para produtores sem estruturas preparadas para tantos ingredientes diferentes, existe a possibilidade de buscar comprar rações e concentrados direto das fábricas de ração. As fábricas compram grandes volumes de ingredientes e conseguem construir fórmulas eficazes nutricionalmente, com custos menores que as rações de milho e farelo de soja comumente produzidas nas fazendas.


Fonte: Agrolink

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