#Séries Pratic 37: Como a logística reversa beneficia a indústria de alimentos e bebidas
A Resolução SMA 45/2015 do Estado de São Paulo determinou a exigência da logística reversa para as embalagens de alimentos e bebidas. O estado inovou na fiscalização do cumprimento da logística reversa ao exigi-la como condicionante no processo de licenciamento ambiental. Essa exigência é operacionalizada por meio da Decisão de Diretoria nº 076/2018, portanto é uma exigência legal.
Para a Fiesp, os objetivos da logística reversa na indústria estão diretamente ligados à destinação final ambientalmente adequada, ou seja, a reutilização ou reciclagem das embalagens restituídas. Nesses casos, são inúmeros os benefícios tanto para as indústrias como para a sociedade, sejam estes ligados à redução do consumo de matéria-prima virgem, aumento de vida útil de aterros sanitários, desenvolvimento da cadeia produtiva dos materiais reciclados, proteção de marca, inclusão social, entre outros.
Desafios a serem superados
Apesar de a logística reversa na indústria ter se tornado uma exigência legal para alguns produtos e embalagens, ela não veio acompanhada de melhorias sistêmicas na gestão dos resíduos sólidos. De acordo com a Fiesp, apesar de essas melhorias estarem previstas na PNRS, elas tiveram pouco ou nenhum desenvolvimento ao longo dos oito anos de implementação da Lei.
Há enormes obstáculos operacionais, financeiros, tributários, bem como aqueles que demandam alterações legislativas, mas pode-se afirmar que ocorreram avanços significativos. No entanto, existem desafios essenciais para que possamos consolidar todas estas iniciativas, dentre as quais cabe destaque a necessidade de efetivo envolvimento de todos os responsáveis pela implementação da logística reversa; a operacionalização dos instrumentos econômicos (tributários e fontes de financiamento) para materiais recicláveis e reciclados; as sinergias relativas ao transporte dos materiais recicláveis, a efetiva fiscalização e de comunicação/Marketing.
Os profissionais ainda destacam a educação ambiental como outro grande gargalo da logística reversa na indústria, especialmente no caso das embalagens. Afinal, é o cidadão comum que tem o poder de determinar o destino que a embalagem terá.
Uma das dificuldades é fazer a informação correta chegar até o usuário final de um produto ou embalagem, no momento do seu descarte, que poderá alterar completamente o sucesso dos sistemas implantados. Neste sentido, precisamos mais do que nunca das parcerias estratégicas e da divulgação adequada em cada região, em cada município, nas escolas, usando as mídias sociais para que a população tenha a informação necessária para sua correta e essencial colaboração. Por isso, muito mais do que implementar a logística reversa na indústria, é fundamental atuar na educação do consumidor final. Dando, assim, às embalagens um papel mais social.
Fonte: Food Connection
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